INCÊNDIO ATINGE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO SUL DE RORAIMA
Combate a incêndio florestal no Parque Nacional do Viruá (Fonte: João Freire/ICMBio) |
Quatro unidades de
conservação administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) estão ameaçadas por incêndios florestais: Estação
Ecológica de Caracaraí, Floresta Nacional de Roraima, Floresta Nacional de
Anauá e o Parque Nacional do Viruá, na região Sul do estado de
Roraima. Sexta-feira (11) as chamas das queimadas destruíram 20% da área de
floresta do Parque Nacional do Viruá, Localizado nos
municípios de Caracaraí e Rorainópolis em Roraima, onde a situação é mais crítica.
De acordo com o ICMBio, neste ano, a
seca em Roraima está mais intensa do que em anos anteriores, por causa do
fenômeno climático El Niño, caracterizado por um aquecimento anormal das
águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical que altera o clima regional e
global. Em todo o estado foram identificados
619 focos de calor apenas nos primeiros dez dias de março, número bem acima da
média para o mês inteiro, que é de 565 focos.
Para combater o fogo e preservar as florestas nas unidades, o ICMBio,
com o apoio do Ibama e Defesa Civil, montou uma base com equipes que atuam no
controle do incêndio. Os 70 brigadistas e bombeiros contaram com dois
aviões-tanque e dois helicópteros e caminhonetes.
Segundo o coordenador de emergências ambientais do ICMBio, Christian
Berlinck, “a principal causa é o fogo ilegal, usado para limpar roça ou para
desmatamento. Como o clima está muito seco, o fogo sai do controle e vira um
incêndio de grande proporção.”
“O custo de uma operação destas é cerca
de vinte vezes maior do que o gasto com as ações preventivas que fazemos ao
longo do ano”, lamenta a coordenadora regional substituta do ICMBio, Maressa
Girão. “As pessoas precisam se conscientizar que não podem usar fogo durante a
seca”, frisa.
O
coordenador de emergências ambientais, Berlinck, ainda adverte a população a
não causar incêndio, pois as chamas podem atingir áreas de conservação, o que é
considerado crime ambiental. “O problema
é ainda maior quando o fogo entra nas unidades de conservação. Especialmente
quando atinge áreas de floresta. Os danos podem ser irreversíveis, com grande
perda de fauna e flora. Quando isso acontece, é um crime ambiental e o autor do
fogo pode ser preso e ter sua propriedade embargada” diz Berlinck.
Desde o início do ano estão
suspensas as queimadas no estado e o produtor que fizer queimada está sujeito a pagar multa que pode
chegar a R$ 5 mil por hectare.
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