Ex-presidente do Ibama critica pacote ambiental do governo
Pelas contas da ex-presidente do Ibama, os problemas de má gestão e má implementação das UCs não têm limites territoriais...
A engenheira alerta que o governo continua repetindo “o erro eterno de não implementar essas áreas. Inclui a criação em decreto e no campo nada acontece. Ficam ali, dois fiscais brigando, sem que exista gestão da área e sem regularização”.
“Muitas reservas extrativistas são [áreas de] reforma agrária e não unidades de conservação. O governo criou áreas de preservação ambiental (APAs) gigantescas em tudo quanto é lugar. Quando soma isso, parece que o Brasil tem demais. E, na prática, a verdade é outra.”
Pelas contas da ex-presidente do Ibama, os problemas de má gestão e má implementação das UCs não têm limites territoriais. Durante o anúncio do pacote ambiental, o governo disse estar próximo de cumprir a meta de proteção de 30% do território da Amazônia. Na avaliação de Maria Tereza Pádua, que também foi diretora de parques nacionais por 14 anos, o problema é que “todas as unidades, com exceção de umas dez bem implementadas na região, estão jogadas para as cucuias. O que são esses 30%? Reservas Extrativistas? Áreas de Proteção Ambiental (APA)?”, questionou.
Segundo ela, a APA de cerca de 6 milhões de hectares na Ilha de Marajó não alterou as atividades na região. “Toda a Mata Atlântica e o Cerrado são reservas da biosfera. O que isso mudou em São Paulo ou em Minas Gerais?”, criticou. Maria Tereza lembra que o bioma Mata Atlântica hoje possui cerca de 7% de sua área original bastante degradada. Da Caatinga, sobraram 11% e, do Cerrado, restaram 40% da área original “em péssimo estado”.
Fonte: Agência Brasil/DDI.
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