ARARA-AZUL (Anodorhynchus hyacinthinus)
A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) é o maior representante da família
Psittacidae no mundo. A mesma pode pesar cerca de até 13 kg e chega a exceder
um metro de comprimento da ponta do bico à ponta da cauda (SICK, 1997). Por
tais características físicas, além de sua coloração e docilidade, sempre foi
uma das mais procuradas no comércio (ANTAS et al., 2010).
A arara-azul de ampla distribuição no
Brasil, é considerada a ave que mais investe tempo na reprodução. Seu
desenvolvimento completo do filhote até o abandono do ninho dura cerca de 4
meses e, mesmo depois, acompanha os pais por aproximadamente 9 meses (KUNIY et
al, 2018). Na hora de se reproduzir se mostram conspícuas, residentes,
monógamas, formando um único casal até que a morte de um dos indivíduos os
separe e são fiéis aos sítios de nidificação (GUEDES, 2009).
Evidencia-se que ave em questão é exigente
quanto ao seu habitat reprodutivo, e pode ser considerada especializada em
termos alimentares. Conforme a sua área de ocorrência, alimenta-se
exclusivamente do endosperma de algumas espécies de palmeiras (SICK, 1997) e
dependem da disponibilidade de grandes ocos em arvores para se reproduzir, além
disso, a ave em questão possui o maior bico de todos os psitacídeos sendo
notável não apenas no tamanho, como também em força, uma vez que sua mandíbula
tem a mais forte pressão entre os psitacídeos, o que lhes permite abrir frutos
extremamente duros (GUEDES, 2009).
O Brasil é o país com maior diversidade de
representantes da família Psittacidae, sendo encontrada 72 espécies.
Antigamente, a Anodorhynchus hyacinthinus
possuía uma distribuição ampla e contínua nas regiões do sul da Amazonia
até os Cerrados do Brasil Central e Pantanal. Mas, atualmente, a Anodorhynchus hyacinthinus vivem
sobretudo em remanescentes de campos abertos, buritizais e matas ciliares do
Mato Grosso (Pantanal) Goiás, Bahia, Minas Gerais, Amapá, Maranhão, Sul do Piauí,
Pará e Tocantins (DORNAS et al., 2013).
Referências
ANTAS, P. T. Z. et al. A arara-azul na Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal. Rio de Janeior: SESC, Departamento Nacional, 2010.
DORNAS,
T. et al. Ocorrência da Arara-asul-grande (Anodorhynchus
hyacinthinus) no estado de Tocantins: distribuição, implicações
biogeográficas e conservação. Ornithologia, n. 6, p. 22-35, 2013.
GUEDES,
N. M. R. Sucesso reprodutivo, mortalidade e crescimento de filhotes de araras
azuis Anodorhynchus hyacinthinus (Aves,
Psittacidae), no Pantanal, Brasil. Tese (doutorado) – Instituto de Biociências
de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2009.
KUNIY,
A. A. et al. Manejo de filhotes de arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus (Psitaciformes: Piciittacidae) durante
as atividades de supressão de vegetação em Linha de Transmissão de Energia
elétrica, Pará, Brasil. Atualidades Ornitológicas, 20, mai/jun, 2018.
SICK,
H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. P. 113-360, 1997.
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