segunda-feira, 26 de outubro de 2015

PIAUÍ REGISTRA CASOS DE MICOSE PULMONAR CAUSADA POR FUNGO PRESENTE NO TATU




Um total de 40 municípios do Piauí já registrou mais de 100 casos de micose pulmonar, transmitida por um fungo que reside no solo. O fungo fica depositado no tatu, animal silvestre muito consumido e comercializado e que, ao ser capturado por seres humanos, transmite a doença.
No Piauí é comum, sobretudo nas estradas no Sul do Estado, o comércio ilegal de caças como o tatu e outros animais silvestres. O manejo e consumo do animal, além de crime ambiental, podem transmitir diversas doenças para os seres humanos.
“Esses casos são uma mescla, entre o manejo do tatu e escavação de poços tubulares”, explica Fabiano Pessoa, médico veterinário e responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Ibama faz um alerta para que a população não consuma carne de tatu, que pode provocar micose pulmonar e, de acordo com pesquisas recentes nos Estados Unidos e Espírito Santo, no Brasil, estes animais são depósitos de micróbio transmissor da hanseníase.
Contudo, no Piauí, ainda não há registros comprovados de casos de hanseníase que tenham ligação com o manejo e consumo do tatu. “Não temos certeza porque não há pesquisas conclusivas nesse campo ainda. Mas estamos fazendo esse alerta justamente para que possamos nos prevenir de casos venham acontecer”, diz Fabiano Pessoa. Além disso, o tatu ainda é reservatório da Doença de Chagas e de outras verminoses.
Doenças causadas por fungos são chamadas de micoses. As micoses pulmonares ou sistêmicas são causadas por fungos essencialmente patogênicos. Estas respondem por uma variada gama de apresentação clínica, variando desde lesão superficial que, habitualmente, causa algum desconforto aos pacientes como, por exemplo, as dermatofitoses (tinhas ou frieiras), até situações graves, de significativa mortalidade quando não diagnosticadas precocemente e tratadas de maneira correta.

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