Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

14:16:00 Grupo PET-Intervenção Socioambiental em Uruçuí-Una 0 Comments Category :



Fonte: Instituto Jurumi, 2023. 

O tamanduá-bandeira é uma espécie da classe Mammalia, ordem Pilosa e família Myrmecophagidae, que apresenta o nome científico Myrmecophaga tridactyla. Os tamanduás são animais mamíferos que se caracterizam pela presença de um focinho típico alongado e estreito, terminando em uma boca pequena. Eles também possuem uma longa língua, que utilizam na captura de insetos. No mundo, existem quatro espécies de tamanduá, ocorrendo três em nosso país. (Braga, F. G., 2004).

Segundo Braga, F. G. (2010) é a maior espécie conhecida de tamanduá, com um corpo medindo entre 1 e 1,33 metros e podendo pesar até 45 kg. A cabeça tem um focinho alongado, com olhos e orelhas pequenos e uma língua protrátil que pode atingir 60 cm. Possui uma pelagem espessa cuja coloração pelo corpo varia do acinzentado ao marrom, sendo mais alongada na cauda. Esta, por sua vez, costuma balançar quando o animal corre, assemelhando-se a uma “bandeira” e sendo a origem do seu nome popular. Apresenta uma faixa escura, delimitada por listas brancas, que se estende nas laterais do corpo, e patas dianteiras brancas com listras pretas nos dedos. Os membros anteriores possuem quatro dedos com garras, sendo a do terceiro dedo maior do que as demais. Como andam apoiando-se nos pulsos das patas dianteiras, estas garras grandes e afiadas ficam voltadas para trás. Os membros posteriores apresentam cinco dedos com garras curtas. Assim como todos os tamanduás, não possui dentes.

Ocorre nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. A espécie provavelmente está extinta no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e sua ocorrência em Pernambuco, Paraíba e Ceará é repleta de dúvidas. Além do Brasil, também pode ser encontrada na Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Possivelmente extinta em Belize, El Salvador, Guatemala e Uruguai (Braga, F. G., 2004).

                                
                              Fonte: Fundação Jardim Zoológico de Brasília, 2020.

Vivem em habitats como florestas tropicais, Caatinga, campos abertos e savanas, como o Cerrado. São animais insetívoro que se alimentam de cupins, formigas e pequenos invertebrados, possui uma reprodução com gestação de 185 dias, nascendo 1 filhote, tendo um a expectativa de vida de 25 anos (Fundação Jardim Zoológico de Brasília, 2020).

Essa espécie é facilmente reconhecida por sua pelagem característica, que tem uma faixa diagonal preta com bordas brancas, que se estende do peito até a metade do dorso. As patas dianteiras, que têm três garras longas, são mais claras do que as traseiras, que têm cinco garras, mais curtas (Fundação Jardim Zoológico de Brasília, 2020).

A degradação e a redução dos habitats são apontadas como as principais causas da perda populacional da espécie, mas a caça, o atropelamento em estradas e os incêndios florestais também contribuem para colocar o tamanduá-bandeira na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Curiosidades: O tamanduá-bandeira é uma das três espécies da família que ocorre no Brasil, sendo as outras duas o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus). Logo após o nascimento, o filhote do tamanduá-bandeira costuma subir nas costas da mãe e ser carregado por esta durante 6 a 9 meses de sua vida. A espécie sofre grande ameaça da caça ilegal, incêndios e, principalmente, da destruição e fragmentação do habitat pelo avanço das fazendas, cidades e construção de estradas. Há também registro de animais envenenados indiretamente por inseticidas utilizados no controle de cupins e formigas.


Referências bibliográficas

BRAGA, Fernanda Góss. Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), espécie criticamente em perigo: uma preocupação no Estado do Paraná. Acta Biológica Paranaense, v. 33, 2004.

BRAGA, FERNANDA GÓSS. Ecologia e comportamento de tamanduá-bandeira. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010.

Tamanduá-bandeira. Fundação Jardim Zoológico de Brasília, 2020. Disponivel em: https://www.zoo.df.gov.br/tamandua-bandeira/. Acesso em 25 de Outubro de 2023.


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