Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
Segundo Braga, F.
G. (2010) é a maior espécie conhecida de tamanduá, com um corpo medindo entre 1
e 1,33 metros e podendo pesar até 45 kg. A cabeça tem um focinho alongado, com
olhos e orelhas pequenos e uma língua protrátil que pode atingir 60 cm. Possui
uma pelagem espessa cuja coloração pelo corpo varia do acinzentado ao marrom,
sendo mais alongada na cauda. Esta, por sua vez, costuma balançar quando o
animal corre, assemelhando-se a uma “bandeira” e sendo a origem do seu nome
popular. Apresenta uma faixa escura, delimitada por listas brancas, que se
estende nas laterais do corpo, e patas dianteiras brancas com listras pretas
nos dedos. Os membros anteriores possuem quatro dedos com garras, sendo a do
terceiro dedo maior do que as demais. Como andam apoiando-se nos pulsos das
patas dianteiras, estas garras grandes e afiadas ficam voltadas para trás. Os
membros posteriores apresentam cinco dedos com garras curtas. Assim como todos
os tamanduás, não possui dentes.
Ocorre nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. A espécie provavelmente está extinta no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e sua ocorrência em Pernambuco, Paraíba e Ceará é repleta de dúvidas. Além do Brasil, também pode ser encontrada na Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Possivelmente extinta em Belize, El Salvador, Guatemala e Uruguai (Braga, F. G., 2004).
Vivem em habitats
como florestas tropicais, Caatinga, campos abertos e savanas, como o Cerrado.
São animais insetívoro que se alimentam de cupins, formigas e pequenos
invertebrados, possui uma reprodução com gestação de 185 dias, nascendo 1
filhote, tendo um a expectativa de vida de 25 anos (Fundação Jardim Zoológico
de Brasília, 2020).
Essa espécie é
facilmente reconhecida por sua pelagem característica, que tem uma faixa
diagonal preta com bordas brancas, que se estende do peito até a metade do
dorso. As patas dianteiras, que têm três garras longas, são mais claras do que
as traseiras, que têm cinco garras, mais curtas (Fundação Jardim Zoológico de
Brasília, 2020).
A degradação e a
redução dos habitats são apontadas como as principais causas da perda
populacional da espécie, mas a caça, o atropelamento em estradas e os incêndios
florestais também contribuem para colocar o tamanduá-bandeira na lista de
espécies ameaçadas de extinção.
Curiosidades: O tamanduá-bandeira é uma das três espécies da família que ocorre no Brasil, sendo as outras duas o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus). Logo após o nascimento, o filhote do tamanduá-bandeira costuma subir nas costas da mãe e ser carregado por esta durante 6 a 9 meses de sua vida. A espécie sofre grande ameaça da caça ilegal, incêndios e, principalmente, da destruição e fragmentação do habitat pelo avanço das fazendas, cidades e construção de estradas. Há também registro de animais envenenados indiretamente por inseticidas utilizados no controle de cupins e formigas.
Referências bibliográficas
BRAGA, Fernanda Góss. Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla),
espécie criticamente em perigo: uma preocupação no Estado do Paraná. Acta
Biológica Paranaense, v. 33, 2004.
BRAGA, FERNANDA GÓSS. Ecologia e comportamento de
tamanduá-bandeira. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010.
Tamanduá-bandeira. Fundação
Jardim Zoológico de Brasília, 2020. Disponivel em: https://www.zoo.df.gov.br/tamandua-bandeira/.
Acesso em 25 de Outubro de 2023.
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