Equipe do Programa Água Doce do Ministério do Meio Ambiente esteve no Piauí acompanhando a fase de diagnóstico de mais de 90
comunidades do semiárido do estado. Com isso, chegará a 201 o número de
localidades inspecionadas. Neste grupo serão selecionados os locais para a
instalação de 67 sistemas de dessalinização, que assegurará o fornecimento de
água de qualidade para 26 mil moradores, a um custo de R$ 13 milhões. “Essas
pessoas vão deixar de depender de caminhão pipa para matar a sede, cozinhar”,
declarou o coordenador estadual do Programa Água Doce, Romualdo Militão dos
Santos.
As informações coletadas envolvem várias questões: educação, saúde e estrutura
das comunidades, entre outros aspectos. “É uma pesquisa mais aprofundada que
vai servir para o Água Doce, mas também ficará disponível para outros
ministérios e o governo do estado”, acrescentou Militão. “Todo mundo poderá
acessar as informações.”
Critérios - Os
sistemas ofertam continuamente água potável para o consumo humano, criação de
animais e cultivo de hortaliças. O programa prioriza as regiões em situações
mais críticas. Lugares com os menores índices de Desenvolvimento Humano (IDH),
altos percentuais de mortalidade infantil, baixos índices pluviométricos e com
dificuldades de acesso aos recursos hídricos serão os primeiros a serem
contemplados. Assim como o Índice de Condição de Acesso à Água do Semiárido
(ICAA), desenvolvido a partir do cruzamento dos mesmos indicadores.
Coordenado pelo MMA, o programa é uma ação do governo federal com o
objetivo de estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa
qualidade para o consumo humano. (Fonte: MMA)
Projeto Água Doce. (Fonte: MMA)
A
problemática do uso da água no mundo sempre esteve em discussão e é fundamental
o desenvolvimento de tecnologias que busquem soluções que possibilitem o acesso
a água potável para aqueles que o tem.
TECNOLOGIA
Diante da
crise de abastecimento atual que vive o estado de São Paulo, por exemplo, uma
dessas soluções foi apresentada pelo engenheiro
mecatrônico Pedro Ricardo Paulino, que desenvolveu uma máquina capaz de captar
o ar ambiente e condensar as moléculas de água, a qual é filtrada e tratada
para consumo.
A produção é possível quando a umidade relativa do ar está acima de 10% e envolve 12 processos de
filtragem, entre eles, quatro para inserção de sais minerais que permitem o
consumo do líquido. "Adicionamos magnésio, cálcio, potássio e silício e,
além disso, tem quase zero de sódio. Se houver alguma falha na purificação, ela
trava automaticamente. Não existe no mercado água com este nível de
pureza", destacou Paulino.
Segundo o inventor, um modelo portátil capaz de oferecer
15 litros por dia, ao custo de R$ 6 mil, é a aposta para que as máquinas sejam
popularizadas, em três anos, quando estima criar uma linha de produção para 1
mil peças por mês para cogitar falar em 'economia'.
Visor
de máquina que produz água indica umidade do ar (Foto: G1)
"Tenho ciência de que o valor é alto, mas quero que
as pessoas de baixa renda também possam ser beneficiadas no futuro. É uma
questão emergencial e sobrevivência", afirmou. Segundo ele, o custo
é elevado por causa da necessidade de comprar peças em oito países no exterior,
incluindo China e Estados Unidos.
Paulino lembrou
que o projeto começou a ser desenvolvido na década de 90, quando estava na
França e atuava por uma empresa multinacional. À época, o intuito era criar um
sistema que alimentasse um equipamento de hemodiálise, contudo, o projeto foi
engavetado anos depois por causa da limitação tecnológica disponível e a falta
de interesse. Segundo ele, a máquina tem garantia de um ano, mas por enquanto
não houve relatos de problemas.
Máquina criada
por engenheiro pode produzir até 5
mil litros de água (Foto: G1)
mil litros de água (Foto: G1)
O sistema foi patenteado em 2010 e, de
acordo com o engenheiro, tentativas de parcerias foram negadas por diversas
instituições que atuam no segmento de peças e componentes usados na máquina. O engenheiro contrata até 12 técnicos
temporários para ajudar no desenvolvimento das máquinas e projetos.
Ao comentar sobre viagens feitas como a
Dubai, Pedro Paulino defendeu que a máquina e investimentos na dessalinização
da água do mar em grande escala são alternativas que o país poderia investir
para reverter a crise hídrica, sobretudo em São Paulo. "É preciso
investir. Os Emirados Árabes, por exemplo, pediram em 2012 um projeto de uma
turbina que possa gerar água purificada no deserto. Estamos conversando."
(Fonte: G1)
Políticas públicas que possibilitem o
acesso a água potável e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras
alternativas com essa são imprescindíveis e tornam-se cada vez mais necessárias
em tempos tão apertados e com cada vez mais os efeitos das mudanças climáticas
influenciando diretamente a vida do ser humano.
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