quinta-feira, 3 de abril de 2014

EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGROPECUÁRIA PODE TER EFEITO NEGATIVO NO CERRADO

A expansão da fronteira agropecuária está impactando diretamente o bioma Cerrado. O tema foi debatido em encontro que aconteceu na última segunda-feira (31/03), no Ministério do Meio Ambiente. A reunião foi pautada por um diagnóstico estratégico elaborado pelo Departamento de Zoneamento Territorial (DZT), que buscou identificar os principais vetores condicionantes do uso e ocupação do bioma, além de levantar e mapear os programas, planos e políticas públicas que induzem a dinâmica territorial.
A principal finalidade é orientar a tomada de decisões sobre iniciativas e ações governamentais na região. No contexto do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Cerrado, tendo como horizonte os anos de 2022 a 2030, o MMA está elaborando cenários prospectivos.
 
COMMODITIES
“O aumento da demanda por commodities brasileiras e a necessidade de diversificação da matriz energética nacional a partir da expansão dos agrocombustíveis, resultarão na expansão da fronteira agropecuária, alterando significativamente a escala e o perfil da produção e impactando diretamente o desenho das redes logísticas e o estágio de conservação dos recursos naturais”, destacou o coordenador da Gerência de Zoneamento Ecológico-Econômico do DZT, Bruno Abe Saber Miguel. “Nessa perspectiva, o Cerrado terá seu território especialmente disputado e impactado, demandando um planejamento que possa responder a essa dinâmica por meio de estratégias que pressuponham o uso racional de seus recursos.” 
A partir da consolidação do diagnóstico estratégico serão elaborados cenários tendenciais e alternativos preliminares para o Cerrado. Esses cenários serão objetos de uma série de oficinas nos estados da região para seu aprimoramento, validação e incorporação no MacroZEE do bioma. “Dentre as variáveis relevantes para a elaboração dos cenários, serão consideradas, principalmente, as tendências de uso da terra, os fluxos econômicos e populacionais, a localização das infraestruturas e a circulação da informação, as taxas de desmatamento e as necessidades de proteção e conservação ambiental (água, solo, fauna e flora)”, acrescentou Miguel. “Também serão utilizados como parâmetros os próprios cenários já existentes de mudanças climáticas.”
O MacroZEE do bioma Cerrado constitui ação estratégica do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) e conta com o apoio financeiro da Iniciativa Cerrado Sustentável (GEF Cerrado) em sua elaboração.(Fonte: MMA)
Em final de 2013 a profa. Sandra Lestinge, tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), do Campus Professora Cinobelina Elvas em Bom Jesus, publicou no artigo «O Potencial Alimentar Ameaçado pelo Agronegócio no Sudoeste Piauiense», pela Revista Habitus da UCG, questões que o MMA está considerando como uma das variáveis relevantes para criar cenários e o macro zoneamento ecológico econômico: as necessidades de proteção e conservação ambiental.
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