BRASIL PERDE 20% DE SUA ÁREA DE MANGUEZAIS
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Manguezais
Fonte: MMA
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Conhecidos como berçários marinhos devido a grande quantidade de animais que ainda não chegaram à fase adulta, os manguezais estão entre os principais ecossistemas interditais, que corresponde a faixa de costa que está diretamente sob a influência das marés, sendo habitats para uma diversidade de espécies. Esse ecossistema de transição, ocupa zonas de continente e zonas marinhas, transitando também entre águas doce e salobra, constituindo um sistema complexo e único de condições ambientais à vida (site O Eco, 2010).
Os manguezais são formados por uma série de fisionomias vegetais resistentes ao fluxo das marés, desde árvores e outras espécies arbustivas, passando por bancos de lama e de sal, salinas e pântanos salinos (MMA). A sua fauna é composta por peixes, ostras, mariscos e crustáceos. Além disso, é refúgio para espécies como o peixe boi, mamífero marinho mais ameaçado de extinção do país. O ambiente também é espaço para a reprodução de algumas aves, portanto, revela-se como um ponto de elevada biodiversidade e endemismo.
Os mangues desempenham um importante papel como exportador de matéria orgânica para os estuários, contribuindo para a produtividade primária da zona costeira, além de colaborar com os meios de subsistência local e globalmente, fornecendo recursos como produtos madeireiros e não madeireiros, alimento, abrigo e manutenção dos serviços ecológicos de ecossistemas costeiros e marinhos¹.
Segundo o mapeamento realizado pelo MMA (2009) os manguezais abrangem cerca de 1.225.444 hectares de quase todo o litoral brasileiro, desde o Oiapoque, no Amapá, até a Laguna em Santa Catarina, constituindo zonas de elevada produtividade biológica, uma vez que acolhem representantes de todos os elos da cadeia alimentar.
No entanto, apesar de sua importância socioeconômica e ecológica, o mesmo vem sofrendo severa degradação. De acordo com os dados da coleção de mapas do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas*), o Brasil perdeu 20% de sua área de manguezais nos últimos 17 anos. Dentre os estados com perdas significativas destaca-se o Paraná com 23% da área de manguezais reduzidas, seguido da Bahia com uma redução de 21%, e Alagoas com 14%, tendo como um dos principais fatores da sua degradação a expansão urbana.
A alteração deste berçário por ações antrópicas nas últimas décadas levou, no final de 2014, o Brasil a ampliar as áreas de proteção dos mangues, passando a ter a maior faixa de proteção a manguezais do mundo, com 322 mil hectares de áreas de mangues protegidas ao longo de todo o litoral brasileiro, ponto positivo diante a degradação que o mesmo vem sofrendo.
A destruição desse ambiente ainda traz consigo perdas econômicas, pois a extração de animais para comercialização é uma importante fonte de renda para comunidades ribeirinhas, sendo responsáveis por cerca de 95% de todo o alimento que o ser humano extrai do mar de forma que muitas delas dependem exclusivamente dessa prática para o seu sustento.
*MAPBIOMAS
O Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil é produzido por uma rede colaborativa de co-criadores formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas e temas transversais.
É uma iniciativa que envolve especialistas em biomas, usos da terra, sensoriamento remoto, SIG e Ciência da Computação, que utilizam a plataforma Google Earth Engine para gerar uma série histórica de mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil, com o objetivo de contribuir para o entendimento da dinâmica do uso do solo no Brasil e em outros países tropicais.
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