UFPI SEDIA MAIOR CONGRESSO FLORESTAL NORDESTINO
Bom
Jesus, conhecida como a capital do agronegócio do Piauí, se tornou essa semana
a capital do setor Florestal do Nordeste. Nos últimos dias 12, 13 e 14 ocorreu na
Universidade Federal do Piauí (UFPI), no Campus Professora Cinobelina Elvas, o
V Congresso Nordestino de Engenharia Florestal – CONEFLOR e a VI Semana Acadêmica
de Engenharia Florestal – SAEF. O primeiro um evento bianual que trata de discussões
e debate o cenário do setor florestal no Nordeste brasileiro e o segundo é um
evento já tradicional no Campus que busca atualizar as discussões acadêmicas
sobre o setor florestal no Brasil.
Na
noite da terça-feira (12), em comemoração ao dia do Engenheiro Florestal no
Brasil, a coordenadora do evento, profa. Dra. Bruna Souto Dias, iniciou o mesmo
parabenizando todos os engenheiros e engenheiras florestais, estudantes de
engenharia florestal e demais simpatizantes da Ciência Florestal presentes. Em
sua fala, Bruna Dias destacou que “a realidade do Nordeste não é terra rachada”
e que o congresso contribuiria para discussão e fortalecimento do setor no
Nordeste. Falaram, também, o magnífico reitor da UFPI, doutor José Arimatéia
Dantas Lopes e o diretor do Campus, professor doutor Stélio Bezerra.
Mesa de abertura com representantes da academia, poder público e palestrantes.
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Durante
o segundo dia de evento (13/07), temas como Integração Lavoura Pecuária
Floresta – iLPF e Madeiras Nobres foram os discutidos no primeiro dia do ciclo
de palestras. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) Produtos e Mercados, Abílio Pacheco, apresentou resultados do seu
trabalho com sistemas de integração instalados em fazendas no Estado de Goiás.
Também, a mestre em engenharia florestal, Valéria Ciriello, apresentou sobre as
potenciais espécies de madeira nobre já com estudos e resultados no Brasil. A
mesma destacou povoamentos da empresa a qual é diretora, como o mogno africano
(espécies do gênero Khaya spp.) e nativas como o guanandi (Calophyllum
brasiliensis). Por fim, ainda tratando do tema de madeiras nobres, o diretor
comercial da empresa, Rodrigo Ciriello, especialista em comércio exterior, tratou
sobre mercado de madeiras informando que o mercado de design é o que dita as
madeiras desejadas. Contudo também informou que ainda há espécies nativas
potenciais como o ipê e o cumaru. Vale ressaltar que madeiras nobres são
aquelas madeiras duras, de alta durabilidade, resistentes ao ataque de fungos e
insetos e de alto valor comercial por sua beleza.
Palestrantes do segundo dia. |
Encerrando
o evento, o último dia contou com temas diversos como a modelagem da produção
florestal, manejo florestal sustentável da Caatinga e tecnologia de produção de
sementes florestais. Palestrantes de renome e grande experiência na área
versaram sobre assuntos importantes e inovadores, a exemplo, das redes neurais
artificiais. O engenheiro florestal Dr. Renato Castro, professor da
Universidade Federal de São João Del-Rei, destacou que a modelagem é um método
que pode ser utilizado para estimar a produção de Produtos Florestais Não
Madeireiros (PFNMs) avaliando, por exemplo, o tamanho da copa das árvores com
possibilidade de estimativa da produção de frutos.
Outro
assunto discutido foi sobre o uso da vegetação da Caatinga de forma sustentável
pelo olhar socioeconômico e das políticas públicas existentes para seu manejo. O
engenheiro florestal e então representante do Ministério do Meio Ambiente,
Francisco Barreto Campello, frisou a dificuldade de implantação e manutenção de
planos de manejo na região do Semiárido brasileiro devido à burocracia dos
órgãos de controle ambiental. O engenheiro alertou sobre um impasse produtivo e
ambiental existente, em que as áreas produtivas propostas para planos de manejo
na Caatinga são tidas mais como áreas de proteção em vez de produção,
dificultando a aceitabilidade dos produtores ou até inviabilizando o
empreendimento. Ainda tratando do tema, Campello informou que o Piauí perdeu
extensas áreas de vegetação nativa de Cerrado para a produção agropecuária nos
últimos anos e que mesmo isso acontecendo os órgãos ambientais de controle e a
sociedade não se manifestaram contra, contudo quando o assunto é a liberação de
planos de manjo a reação é outra, sendo que há uma dificuldade muito grande
para o empreendedor conseguir utilizar sua área para este fim.
Palestrantes do último dia. |
ENCONTRO
DE PETIANOS NO V CONEFLOR
Durante
o evento ocorreu um encontro entre PETianos do grupo PET-Intervenção Socioambiental
em Uruçuí-Una (PET-UU) e os ilustres PETianos do PET-Engenharia Florestal, da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG), Campus da cidade de Patos, Paraíba. No
encontro houve uma troca de conhecimentos e experiências, no qual os PETianos
do PET – Engenharia Florestal relataram que atuam em atividades de ensino, pesquisa
e extensão relacionadas as áreas afins da Engenharia Florestal, por exemplo,
monitorias aos períodos iniciais do curso, e o novo planejamento de pesquisas
com espécies florestais nativas da região como o juazeiro (Ziziphus joazeiro).
Já os Petianos do grupo PET-UU relataram suas experiências junto às comunidades
tradicionais da Estação Ecológica de Uruçuí-Una e sobre o trabalho desenvolvido
junto às mesmas com o buriti, fruto de uma palmeira nativa da região.
O
encontro entre PETs evidenciou as atividades contrastantes entres os grupos, desenvolvidas
em contextos diferentes de atuação, sendo que a troca de experiências entre os
integrantes do programa foi de grande importância, pois permitiu uma melhor visão
de como realmente o programa atua em diferentes contextos de ensino-pesquisa-extensão,
contribuindo, assim, para a formação de profissionais mais capacitados.
Os
PETianos do PET–Engenharia Florestal, junto com sua comitiva, e do PET-UU inclusive ex-PETianos, participaram em peso no V CONEFLOR, com publicações de trabalhos científicos, contribuindo com o
enriquecimento e sucesso do evento. Esta quinta edição contou com a
participação de quase 300 inscritos e um total de 275 trabalhos científicos
aprovados.
A próxima edição V CONEFLOR ocorrerá na Universidade Federal do
Semiárido – UFERSA, na cidade de Mossoró-RN.
PETianos do PET-Engenharia Florestal da UFCG e PETianos do PET-Intervenção Socioambiental em Uruçuí-Una da UFPI.
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