CAATINGA AJUDA NO COMBATE DO AEDES AEGYPTI

22:43:00 Grupo PET-Intervenção Socioambiental em Uruçuí-Una 0 Comments Category :



      Ao analisarem plantas coletadas no Parque Nacional do Catimbau, no Sertão de Pernambuco, pesquisadores verificaram que óleos essenciais da umburana e da cutia ajudam no combate do mosquito da dengue. Mas as plantas também podem ser encontradas em Sergipe e no Espirito Santo.
    Os pesquisadores são do Núcleo de Bioprospecção da Caatinga (NBioCaat), uma rede de pesquisadores gerenciada pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI) que perceberam que óleos essenciais de Commiphora leptophloeos, nome científico da umburana, ajudam a combater a larva do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chicungunha e zika.
Os estudos também concluíram que a ação de óleos essenciais de Eugenia brejoensis, conhecida como cutia, uma espécie da família Myrtaceae (família da pitanga e goiaba), foi considerada moderada, sendo capaz de exterminar até 50% das larvas dos mosquitos nos testes.
De acordo com o pesquisador Alexandre Gomes da Silva, do NBioCaat, “para chegar a essa conclusão, usamos um modelo da Organização Mundial de Saúde, que consiste em preparar uma solução de água com óleo da planta numa determinada concentração. Em seguida, as larvas do mosquito foram colocadas nesse preparo por 24 horas. Passado esse tempo, percebemos que a dose usada matou 50% das larvas, o que pode contribuir para combater o Aedes, hoje considerado um grande problema”.
Ainda segundo o pesquisador o uso indiscriminado, no entanto, pode favorecer a resistência dos mosquitos aos inseticidas e que o controle químico tem eficácia contra o inseto, mas é nocivo ao meio ambiente, diferentemente da substância que possa ser usada como inseticida natural.
Os pesquisadores pretendem desenvolver um biopesticida com compostos de plantas da Caatinga que possam contribuir para o enfrentamento às doenças transmitidas pelo mosquito, que já chegam a 50 milhões só os casos de dengue segundo a OMS, doenças que vem preocupando a sociedade brasileira.
Logo, analisando- se a relevância de pesquisas como esta vê – se a importância de se preservar biomas tão importantes como a Caatinga e o Cerrado brasileiro, que apresentam crescente demanda para a conservação da biodiversidade local que garantam a manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas, além de apresentarem um imenso potencial para a produção de bens e serviços ambientais, aliado ao uso sustentável com investimentos em bioprospecção – pesquisas voltadas à exploração da biodiversidade, recursos genéticos e bioquímicos de uma região.
 Lamentavelmente, porém, apesar de ser o único bioma exclusivamente brasileiro a Caatinga vem resistindo à exploração de madeira de forma ilegal e insustentável, a queimadas, e intensos desmatamentos, para fins domésticos e indústrias, assim como o Cerrado. Desse modo, deixa-se de lado os conceitos de sustentabilidade e esquece - se da importância de tais biomas que têm um potencial pouco conhecido e estudado pela ciência. 


NÚCLEO DE BIOPROSPECÇÃO DA CAATINGA (NBIOCAAT)


O Núcleo de Bioprospecção da Caatinga (NBioCaat) possui caráter multidisciplinar, com atuação de químicos, físicos, farmacêuticos, biomédicos, biólogos e engenheiros de várias regiões do Brasil, articulados para trabalhar com a finalidade de selecionar espécies, isolar e caracterizar quimicamente os compostos das plantas da região semiárida brasileira que tenham propriedades medicinais, terapêuticas e aromáticas. O objetivo do NBioCaat é encontrar produtos com alguma atividade biológica com aplicação nos setores farmacêutico, veterinário, biocontrole de pragas e cosméticos.

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