CACTO NATIVO DA CAATINGA MELHORA RENDA DE COMUNIDADE EM PERNAMBUCO
O extrativismo do
buriti (Mauritia flexuosa L.) é
uma atividade que tem sido utilizada durante gerações para subsistência e também
para geração de renda pelos trabalhadores rurais da Estação Ecológica de
Uruçuí-Una, no sul do Estado do Piauí. As comunidades que ali residem utilizam de
produtos feitos a partir do buriti, espécie nativa do Cerrado e abundante na
região, principalmente polpa e óleo extraído desta. Após as atividades de intervenção socioambiental realizadas pelo grupo PET junto às comunidades foi possível verificar uma melhoria na qualidade de vida destas.
O uso de produtos feitos a partir de frutos e
outras matérias-primas nativos tem sido uma alternativa na busca de melhoria na
renda de inúmeras comunidades tradicionais no Brasil. Um exemplo disso é a
comunidade do Assentamento Mandacaru, localizado a 18 km da sede do município
Petrolina, no Estado de Pernambuco. Além da criação de animais e a agricultura
desenvolvida pelos homens, as mulheres se organizaram e através do trabalho
comunitário criaram a “Associação de Agricultores e Agricultoras Familiares do
Assentamento Mandacaru - AAFAM” e encontraram na Caatinga uma nova fonte de
renda – o xique-xique.
Espécie
típica da Caatinga, o xique-xique (Pilosocereus
gounellei) mudou a vida da comunidade do Assentamento Mandacaru, onde os moradores
geram renda a partir da produção e comercialização de um doce feito a partir do
cacto, considerado um dos símbolos da região. Antes da produção do doce, o
cacto era utilizado apenas para alimentar os animais.
Cacto xique-xique (Pilosocereus gounellei). |
A
coleta é feita de modo que a planta possa se recuperar e continuar fornecendo
matéria-prima. O doce de xique-xique é uma boa fonte de nutrientes, uma vez que
a polpa do cacto é rica em água, fibras e magnésio. Além dos doces, a
associação produz polpas e geleias de frutas da região, como goiaba e banana. Os
produtos são vendidos em redes de restaurantes populares e cozinhas
comunitárias, gerando renda para essas mulheres e suas famílias.
Coleta da polpa do xique-xique. (Fonte: Rede Globo) |
Polpa do xique-xique coletada. (Fonte: Rede Globo) |
Doce feito a partir do xique-xique. (Fonte: Rede Globo) |
A AAFAM produz, ainda, mais 11 tipos de doces a partir de
hortaliças, frutas e legumes como cocada de cenoura, de beterraba, ou geleia de
manga. São 70 famílias no assentamento, onde 17 delas estão envolvidas no
plantio e colheita dos produtos. Para preparar os doces, um grupo de dez
mulheres passou por treinamento e capacitação. Os 300 quilos semanais
produzidos atende a uma demanda que lhes chegam sistematicamente. A produção é
entregue ao PAA – Programa de Aquisição de Alimentos do Ministério de
Desenvolvimento Social e vai parar na mesa do restaurante popular de Petrolina,
além de casas de atendimento filantrópico. (Fontes: Rede Globo; Gazzeta)
HISTÓRIA
A associação foi fundada em 2000 por um grupo de
agricultores familiares saídos da cidade em busca de produzir e de melhores
condições de vida.
Os primeiros assentados já tinham ligação com a
agricultura e deixaram a cidade para tentar a vida na zona rural, mas
encontraram dificuldades e passaram cerca de dois anos e seis meses vivendo
debaixo de lonas. Em 2003, as moradoras deram início à produção de artesanato.
Em 2002 foi implantado um projeto de irrigação, porém apenas a partir de 2009 foram
iniciados os trabalhos junto a programas governamentais de fomento. (Fonte: G1)
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