O
forno solar ainda não é tido como substituto das formas convencionais para
cozinhar, mas já pode ser usado como alternativa mais econômica em casa. A
opinião é do técnico em gestão ambiental, Nicolau Francine, de 27 anos, que há
quatro anos vende os aparelhos que fabrica em casa, em Piracicaba (SP), pela
internet. Ele também promove oficinas em todo o país sobre como montar o seu
próprio equipamento.
O
produto que consiste em converter a luz do sol em calor alcança 200 graus
celsius e não serve só para aquecer a comida, segundo o técnico e empresário.
“Aquecer dá a impressão de que só serve para descongelar, mas o forno solar tem
as funções de um fogão. Cozinha, assa e também descongela”, explicou.
Além de
um curso técnico, Francine chegou a cursar Gestão Ambiental pela Universidade
de São Paulo (USP). Foi no meio acadêmico que ouviu falar e se interessou pelo
projeto. “Eu sempre gostei de montar, construir, fazer artesanato, por exemplo.
Uma vez fiz um forno solar por curiosidade, mas sem a orientação de ninguém e,
anos depois, na faculdade, fiz um para o meu uso”, disse.
A
eficiência do forno o estimulou a se aprofundar no assunto e a confeccioná-los
para outras pessoas. A partir de chapas de alumínio e madeira, o rapaz passou a
montá-los. “Vi na ideia também uma chance de ter o meu negócio, pois ninguém
faz isso no Brasil. Por um lado é bom, pois não há concorrência, mas por outro
a falta de mercado dificulta a entrada do produto”, disse.
Além do
consumo doméstico, o rapaz crê que o forno solar é uma alternativa sobretudo em
lugares remotos, onde não há energia elétrica mas, ao mesmo tempo, há sol
abundante. “Eu já vendi forno para o Amazonas, por exemplo. Acredito que o
forno poderia ser incluso em editais para que as pessoas mais pobres tenham acesso
a essa forma mais barata de produzir alimento. Sobretudo em um país com sol na
maioria do ano”, afirmou.
Ele
disse que estuda ainda tecnologias como o uso de óleo para que o forno consiga
armazenar calor por mais tempo e possa ser usado à noite, por exemplo. No dia a
dia, ele falou que chega a preparar comidas para dois dias e recorre ao fogão
somente para reaquecer o alimento à noite e em dias de chuva.
“É uma
questão de programar o tempo de forma diferente, como o forno demora mais que o
convencional, a pessoa tem de planejar melhor o almoço, por exemplo. No entanto
a vantagem é que se você está preparando um prato, não precisa ficar olhando a
panela o tempo inteiro, já que o risco de queimar a comida é menor”, disse
Francine.
Material
– Composto de madeira, metal e vidro, o forno convencional custa R$ 500 e
funciona somente sob a luz do sol, pois ainda não há tecnologia para manter o
calor por muito tempo. Francine calcula ser o único a fabricar e comercializar
o produto. “Não é uma tecnologia criada por mim, mas sou o único a vendê-los.
Minha intenção é dar uma alternativa à energia convencional e ao gás, além de
ter uma qualidade gastronômica.”
Catassol
- Forno solar.
(Fonte: plenosol.com)
Forno
solar (Catassol) com foto célula.
(Fonte: plenosol.com)
Como o
aquecimento é mais lento do que o forno convencional, o cozimento de alimentos
é mais homogêneo e eles não têm perdas de nutrientes, já que a água é
desnecessária no processo. “O aroma e o sabor também ficam mais fortes na
própria comida. Dá pra fazer qualquer coisa com o forno, só saber usar.”
Nas
oficinas, Francine ensina as pessoas a montarem o próprio forno com material
mais barato, como papelão. Ainda distante de uma inserção de massa no mercado,
o forno ainda é produzido pelo rapaz de forma artesanal em um ateliê em casa e
vendido em poucas quantidades. “O mundo inteiro já discute novas formas de
energia e eu penso que as pessoas devem buscar alternativas mais híbridas, que
se equilibrem com o convencional.” (Fonte: Ambiente Brasil)
O grupo
PET de Bom Jesus, bem como sua tutora, Sandra Lestinge, têm bastante interesse
pelo uso de energias renováveis, por ser uma alternativa econômica e ecologicamente
viável às formas convencionais de energias que temos atualmente.
Em uma
de suas viagens, quando esteve em Chattanooga,
uma cidade do Tennessee, Estados
Unidos, Sandra conheceu um forno semelhante ao produzido pelo jovem empresário
brasileiro e um aquecedor que utilizam com fonte primária a energia solar. Na
ocasião, a tutora “só não trouxe um dos modelos que fotografou devido estar num
voo com restrição de bagagem”, contudo, conseguiu o contato do
engenheiro responsável pelo projeto, que também faz placas solares, para trocas
de informações e possibilidade de uso da tecnologia aqui no Brasil.
Forno
solar.
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