Nesta
segunda-feira (16), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) comemora o Dia Mundial
de Combate à Desertificação. A data oficial, instituída pela Convenção das
Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), é 17 de junho. Com o
campeonato mundial de futebol no Brasil, as comemorações foram antecipadas.
Durante
o evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entregará
certificados a representantes de projetos reconhecidos pelo programa Dryland
Champions, organizado pela UNCCD, por reconhecer indivíduos, organizações e
empresas cujas ações, iniciativas ou projetos promovam a gestão sustentável do
solo e o combate à desertificação e à seca.
O
evento contará com a presença do representante da Articulação no Semi-Árido
Brasileiro (ASA) junto à UNCCD e à Comissão Nacional de Combate à
Desertificação (CNCD), José Procópio Lucena, do secretário de Meio Ambiente do
Sergipe, Genival Nunes, e do prefeito do município de Irauçuba (CE), José
Elisnaldo Mota Pinto.
Irauçuba
foi o primeiro município no Brasil a ter uma política municipal de combate à
desertificação e mitigação dos efeitos da seca. De acordo com o secretário
executivo da CNCD e diretor do departamento de Combate à Desertificação do MMA,
Francisco Campello, as ações realizadas pelo município cearense são referência
no meio. “A gestão ambiental sustentável, em parceria com o Fundo Clima, o
Programa Água Doce e o Projeto Econormas, fortalece as ações do município nas
áreas susceptíveis à desertificação”, afirmou Campello.
Já o
estado de Sergipe tem um plano estadual de combate à desertificação, que inclui
a realização de diagnóstico florestal, projetos para cerâmicas sustentáveis,
ordenamento ambiental em assentamentos, apoio à elaboração de planos municipais
de combate à desertificação no Alto Sertão e inventário florestal.
O
evento começa às 9h, no Auditório do Edifício Marie Prendi Cruz, localizado à
SEPN 505, Bloco B, Asa Norte, Brasília. No local, haverá duas exposições
fotográficas: uma sobre os projetos contemplados pelo Programa Dryland Champions
e outra intitulada A ave na Caatinga, do fotógrafo João Vital Evangelista
Souto. (Fonte: Ambiente Brasil)
DESERTIFICAÇÃO
EM IRAUÇUBA - CE
Um exemplo
de combate à desertificação no país vem do município de Irauçuba, localizado na
região norte do Ceará, que desde 2009 é o primeiro município do país a ter seu
Plano de Ação Municipal de Combate à Desertificação.
O
projeto iniciou com a criação de uma lei municipal que instituiu a Política
Municipal de Combate e Prevenção à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da
Seca de Irauçuba e lançado o Plano de Ação Municipal, que é uma iniciativa
local do Instituto Cactos, presidido pelo professor Francisco Gilvane Mota, em
parceria com o Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o
Semi-Árido, GPCD-Grupo Permanente de Combate à Desertificação além do Programa
de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da
Seca-PAN-Brasil do MMA-Ministério do Meio Ambiente.
O
citado plano acha-se voltado para cinco componentes: diagnóstico e alerta do
quadro de degradação; política de desenvolvimento sustentável da caatinga e
ecossistemas em transição; preservação e recuperação de áreas afetadas com
ações de curto, médio e longo prazo; articulação de órgãos governamentais e
ONGs; e Educação Ambiental. (Fonte: SRH - CE)
DESERTIFICAÇÃO
NO PIAUÍ
No Piauí, mais precisamente em
áreas da grande região de Gilbués, a degradação ambiental encontra-se num
processo bastante acelerado, envolvendo 07 (sete) municípios segundo
informações da população local. De acordo com o IBGE (2004) apenas nos
municípios de Monte Alegre do Piauí, Gilbués e Barreiras do Piauí, já alcançam
uma área de 7.694 km², que equivale a 769.400 ha. Hoje, a erosão, inclusive com
voçorocas, ameaça cidades, povoados, estradas, propriedades rurais e urbanas,
assim como, é uma das maiores fontes de sedimentos para o assoreamento de
baixões, riachos, rios, lagoas e barragens que ficam a jusante do processo de
degradação. Como consequência, os principais cursos d’água da região - os rios
Gurguéia e Uruçuí Vermelho, apresentam-se bastante assoreados, e, por extensão,
o rio Parnaíba. (Fonte: Panorama da desertificação no Estado do Piauí, 2005)
Para
tentar reverter a situação, em 2003 foi
implantado o Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Área
Degradada (NUPERADE), em
Gilbués,
com o intuito de apoiar estudos sobre o fenômeno da desertificação e testar
tecnologias para o controle do processo de degradação de terras e promover a
recuperação de áreas degradadas da região. O programa tem ação
conjunta dos Ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Integração Nacional e
Governo do Estado do Piauí, através da SEMAR e Fundação Agente e é coordenado
pelos engenheiros agrônomos Adeodato, Ari Cavalcante, Milcíades de Lima e
Francisco.
Desde
seu início, o NUPERADE tem desenvolvido ações de mitigação dos efeitos da desertificação,
como a implantação de horta comunitária irrigada; um viveiro com capacidade
para produzir 60 mil mudas; o plantio das mudas cultivadas no viveiro, com
objetivo de revegetação de matas ciliares; e o plantio de árvores
frutíferas que beneficiam os agricultores da região de Gilbués.
No início deste ano foi concluída a 2ª etapa do trabalho de recuperação das
áreas degradadas. (Fonte: SEMAR – PI)
Desertificação em Gilbués - PI.
Desertificação em Gilbués - PI.
Horta comunitária instalada.
Viveiro de mudas.
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