Greve sem Fim: Comando Nacional de Greve rejeita a proposta do Governo
A greve já dura 77 dias. Nessa quarta feira, dia 01 de agosto, os Comandos Locais de Greve (CLG) informaram ao Comando Nacional de Greve (CNG) o resultado das assembleias realizadas entre os dia 25 e 31 de julho. Em comunicado oficial a CNG/ANDES-SN publica seu posicionamento em resposta ao que foi apresentado pelo Governo em 24 de julho do ano corrente, rejeitando a proposta e reafirmando e fortalecendo a greve nacional da categoria em cada uma das instituições.
Aderidos a principal entidade representativa dos professores federais de ensino, ANDES-SN (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), estão 57 das 59 instituições federais. No Piauí todos os campi UFPI e IFPI aderiram a greve. No Campus Profª Cinobilina Elvas, na Cidade de Bom Jesus, cerca de 1400 alunos divididos em 5 cursos, estão sendo afetados e prejudicados pela demora do governo em apresentar soluções consideráveis à classe docente.
Segundo o Diretor sindical da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) em Bom Jesus, Sinevaldo Moura, o que a classe espera é uma estruturação no Plano de carreira, como apresentado no Comunicado Especial do CNG em 01 de agosto de 2012: carreira única dos professores federais; evolução em percentuais uniformes (degraus) ao longo da carreira; fatores definidos para os regimes de trabalho; percentual definido para cada titulação, igual para cada título, como parte constitutiva do vencimento; respeito à autonomia de cada instituição para regulamentar os critérios de avaliação e desenvolvimento na carreira.
Enquanto os professores aguardam a manifestação oficial dos governantes para melhoria nas condições de trabalho, a greve vai adiando o seu fim de forma polêmica. Sinevaldo e outros participantes do Comando Local em Bom Jesus reclamam a falta de veracidade em algumas notícias publicadas sobre o movimento grevista, principalmente em relação aos reais motivos da não aceitação pelo CNG da proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento. Em nota a ADUFPI – Bom Jesus declara que na reunião, o governo além de demonstrar intransigência, sinalizou a assinatura de um acordo unilateral com um dos sindicatos presentes da mesa de negociação. Este acordo aponta para uma estratégia já utilizada e em consonância com um sindicato que representa menos de 5% dos professores. A Associação que reprovou, por unanimidade, a última proposta do governo, declarou que essa postura já era esperada por fazer parte do histórico das últimas negociações.
Além dos professores os maiores prejudicados com a espera são os estudantes da rede federal que têm que lidar com o atraso na finalização do curso, além de perdas de oportunidades de trabalho para alguns. Juntamente com os técnicos, os acadêmicos aderiram à manifestação. No dia 22 de maio o corpo discente se reuniu para oficializar o apoio à greve dos professores buscando e incentivando a melhoria nas unidades federais de ensino.
A acadêmica do 5° período de Engenharia Agronômica Daiany Rose Alves Cabral fala sobre sua indignação com a demora do governo em apresentar uma proposta considerável. Daiany reclama o atraso que terá para concluir o curso e diz que mesmo assim apoia a greve pelos benefícios que ela trará, não só aos professores, mas a todos os envolvidos com a rede federal.
“A Greve continua e o fim da mesma só depende do Governo. Os professores reivindicam: Plano de carreira, melhores condições de trabalho e salário digno. Estas reivindicações são justas e, se aceitas, resultarão na formação de profissionais mais competitivos e numa universidade pública de qualidade.” Segundo a ADUFPI – Bom Jesus.
Fonte: TV Gurgueia
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